Nas últimas décadas, foram produzidos diversos estudos sobre a geologia das Bacias de Campos e Santos, com foco no entendimento das características dos reservatórios carbonáticos do pré-sal. A motivação para esses estudos está relacionada ao grande potencial econômico desses reservatórios.
De acordo com a Agência Nacional do Petróleo (ANP), em janeiro de 2020, por exemplo, a produção do pré-sal bateu recorde no Brasil e representou 66.37% da produção brasileira. Para a produção e exploração do pré-sal, é necessária a compreensão das heterogeneidades dos depósitos carbonáticos e como é a variabilidade destas rochas nos reservatórios de petróleo.
A linha de pesquisa 3 (RL3), intitulada “Caracterização e modelagem geológica de reservatório carbonático do pré-sal brasileiro”, tem como objetivo o estudo dos processos geológicos relacionados ao desenvolvimento dos reservatórios carbonáticos do pré-sal brasileiro.
Os reservatórios do pré-sal são encontrados abaixo de uma extensa camada de sal que pode atingir até 3 km de espessura. Essas rochas carbonáticas se formaram a milhares de anos, durante o período em que os continentes da América do Sul e África estavam se separando. Durante esse período geológico, o petróleo se acumulou nessas rochas carbonáticas e a camada de sal serviu como uma rocha selante, mantendo o petróleo aprisionado até os tempos atuais.
Nesse contexto, a RL3 trabalha na geração de modelos geológicos, com a representação das principais heterogeneidades do reservatório, e tem as seguintes atividades de pesquisa:
- Interpretação sísmica aplicada à análise estratigráfica;
- Análise petrofísica e faciológica do reservatório;
- Interpretação de falhas/fraturas e a representação no modelo geológico;
- Caracterização de feições cársticas do reservatório;
- Geração dos modelos geológicos do reservatório e análise de incerteza.
Por que fazemos isso?
Os reservatórios do pré-sal são muito complexos, representados pelas rochas carbonáticas heterogêneas com características geológicas distintas. É essencial saber como estas rochas estão distribuídas e os fatores que controlam a qualidade do reservatório.
Como fazemos isso?
Através da análise geológica multiescala (sísmica, registro de poço, amostra de testemunho) e integração através de estudos multidisciplinares.
O que fazemos?
Nós processamos e interpretamos dados sísmicos (horizontes e fraturas) e correlacionamos com registros de poços e dados de testemunho para gerar um modelo 3D do reservatório.